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Da Lei da Natureza à Lei dos Homens: Teoria do Nó Temporal para Juristas

  • Foto do escritor: Gilson Fais
    Gilson Fais
  • 8 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 9 de out.

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Embora atue cotidianamente como advogado, nunca deixei de lado minha formação em Física, nem o interesse obstinado pelas questões fundamentais. É com essa dupla lente que anuncio o lançamento do meu primeiro livro de física teórica, no qual apresento uma proposta original: a Teoria do Nó Temporal (TNT). Trata-se de um esforço para aproximar a elegância conceitual das ciências naturais do senso institucional do direito, oferecendo um modo novo de pensar sistemas complexos, decisões e normas.

Em poucas linhas, a TNT parte da ideia de que o que chamamos “realidade” não é um palco pronto onde fatos entram e saem, mas uma projeção estável de uma rede temporal de nós interconectados. Essas conexões, quando alcançam coerência suficiente, projetam métricas, regularidades e estruturas, inclusive as nossas instituições. Em vez de perguntar: “onde estão as coisas?”; perguntamos: “quais conexões sustentam o que vemos?”. Essa inversão simples tem consequências poderosas para qualquer prática que dependa de prova, confiança e decisão.

Para o jurista, o ganho é imediato: competência, jurisdição, devido processo, ônus da prova e legitimação podem ser lidos como mecanismos de estabilização de coerência ao longo do tempo. Conflitos de foro, por exemplo, deixam de ser meras disputas de território e passam a ser questões sobre qual arranjo institucional projeta a maior coerência informacional e a menor entropia decisória. O critério material é: onde as conexões relevantes se conservam mais íntegras e auditáveis?

No campo probatório, a TNT oferece um vocabulário operacional: documentos, perícias, testemunhos e metadados são “nós” de uma trama; a cadeia de custódia é o trajeto de preservação de coerência entre eles. Ruídos, lacunas e inconsistências são quebras de projeção confiável. Essa leitura ajuda a organizar indícios, modular presunções e distribuir dinamicamente o ônus da prova em ambientes técnicos (algoritmos, plataformas, IoT) sem cair na falsa oposição “fato versus narrativa”.

Em contratos e governança, cláusulas e mecanismos de resolução de disputas funcionam como “operadores de projeção” que alinham expectativas no tempo. Um bom desenho contratual é menos uma pilha de obrigações e mais um regime que conserva identidades, finalidades e trilhas probatórias, mesmo sob perturbações. Em smart contracts, isso significa distinguir automação que de fato preserva a coerência jurídica daquela que apenas encena formalismo sem lastro verificável.

No Direito Público e regulatório, a TNT orienta políticas para fenômenos distribuídos: proteção de dados, mercados em rede, IA, infraestrutura crítica. Em vez de regular “pontos” isolados, regulamos topologias de interação, calibrando incentivos para estados de maior coerência social, previsibilidade, transparência, reversibilidade de danos e auditabilidade de decisões. Direitos fundamentais aparecem como âncoras superiores de coerência, capazes de estabilizar a projeção institucional em momentos de crise.

Em suma, a TNT não pretende substituir dogmáticas; ela simplesmente as reorganiza a partir de um fundamento comum de conexões, coerências e projeções. Se conhecemos as regras pelas quais a natureza estabiliza padrões, do microscópico ao institucional, fica mais fácil desenhar normas que não colapsem na primeira turbulência. E, convenhamos: entender as leis da natureza não garante ganhar toda a causa, mas certamente ajuda bastante a entender a lei dos homens e a evitar alguns recursos desnecessários.


Acesse o canal no Youtube:

FAISICA: A REALIDADE PROJETADA.


O livro: "A Teoria do Nó Temporal: um profundo mergulho na realidade" está disponível em português e inglês na Amazon.com:

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FAIS GILSON FAIS SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA. São Paulo. Curitiba. Brasília.

 
 
 

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